Novos aforismos

1 de julho de 2016

1)A religião faz todo sentido para cordeiros, não para leões, que não precisam de pastores.

2)O homem é um animal que se alimenta (também) de ficções.

3)O direito é o poder de dizer o direito.

4)Conselho de um velho professor: “Leiam grandes autores e serão grandes leitores. Leiam autores medíocres e serão leitores medíocres”.

5)Palavras de um carrasco ao se aposentar: “Cumpri meu dever com zelo, presteza e dignidade. Foram mais de 20 anos de serviço público e mais de mil decapitações realizadas com um mínimo de sofrimento, quase sempre com um só e preciso golpe”.

6)Palavras de um velho ateu: “Quem sou eu para discordar de um homem que fala e atua em nome de Deus? Só me cabe ouvir e obedecer – e torcer para que ele não traga um punhal e me cale para sempre”.

7)É confortável dividir nossas responsabilidades com um fantasma.

8)Quem pensa incondicionalmente mente incondicionalmente.

9)Ele quis ser aceito por todos e disse coisas que agradavam a todos. Foi chamado de mentiroso. Quis, então, dizer o que pensava. Foi acusado de polêmico e desagradou a muitos. Por fim, resolveu se calar e foi considerado omisso.

10)Isenção ou imparcialidade é algo que, embora nos falte, exigimos dos outros.

 

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2 Comentários

  1. Parabéns pelas sábias palavras. Estava procurando referências da Literatura Amazonense e me deparei com suas obras. Esses fragmentos me chamaram a atenção. E Admirei-me ainda mais e orgulhei-me por ser sua conterrânea!!

  2. “1)A religião faz todo sentido para cordeiros, não para leões, que não precisam de pastores.”
    Gostaria de tecer alguns comentários quanto à frase acima.

    O homem, por excelência, não nega a Deus em virtude de representação mental, percepção sensorial, ou mesmo qualificação lógica. Trata-se, sempre, do campo decisório em se voltar a Deus ou não. Confessar que Ele é, ou negá-lo.

    Negar a Deus se faz em função de egolatria. O homem, recém-criado por Deus, tentou se fazer igual a Ele ao ser seduzido por Satanás. Desde então, a humanidade se tornou corrupta, e inclinada para a egolatria. O homem, em sua carne, tem a inclinação de querer ser “o leão”, mesmo não o sendo. O ímpio sabe que não é, mas mesmo assim o declara, direta ou indiretamente. Disso se origina aquilo que é conhecido como “mal”, traduzindo-se em várias espécies de condutas em relação a coisas e terceiros, mas que possuem fulcro na relação com Deus.

    Deus, por ser o amor, fez justiça pelos pecados da humanidade, sob sacrifício próprio. Se fez cordeiro como os homens, a fim de pagar pelos pecados do mundo. Ocorre que, ao contrário dos outros cordeiros, esse cordeiro era puro, de modo que a sua pena foi substitutiva da de terceiros, pois não tinha mal em si mesmo. Esse mesmo cordeiro, chamado cordeiro de Deus, é Jesus, o Cristo profetizado séculos antes como o salvador dos homens. As profecias a seu respeito se cumpriram. Falando em profecia, diz-se que o Cristo é cordeiro, e também o Leão de Judá. Somente um homem (cordeiro) é digno de se chamar de Leão, a saber: Jesus.

    Assim, nega a Deus aquele que não confessa ser o Pastor das ovelhas o único Leão. O religioso, em atos de barganha e de justiça impura, tenta se fazer leão a fim de se tornar digno do leão, de modo que acaba negando ser o pastor o único Leão. O esotérico, por sua vez, tenta se convencer que é um leão. O ocultista trabalha com espíritos malignos a fim de se tornar um leão. Já o ateu tenta se convencer ser o leão por um método de exclusão, negando tudo a sua volta, de modo que só subsista ele mesmo.

    Todo cordeiro sabe que Deus é o pastor, o leão. Não se trata de fazer sentido ou não. Está gravado na psique humana a separação do eterno, e a necessidade de justiça para a reconciliação. Ocorre que os humildes de espírito ouvem o chamado de seu pastor, e se arrependem da rebelião, e se permitem serem resgatados, pela fé, que se traduz na confissão de que Jesus é o único salvador, porque Ele é.

    O ateu, ou os seus pais, muitas das vezes vem de um lar religioso, em que conclama doutrinas de barganha e merecimento próprio a fim de se reconciliar com Deus. Ao denotar a própria maldade, tal doutrina se torna asfixiante, e a escolha pende na hipocrisia ou o desgosto da prévia condenação. Outras vezes, a motivação é a entrega intensa na vaidade e nos frutos da egolatria.

    O ateu não busca a paz por meio da salvação da condenação, mas pela tentativa de se convencer não existir o próprio juízo, o julgador e o bem. O seu espírito, ao se deparar com a doutrina introduzida, se torna inquieto, e constantemente precisa se justificar da veracidade da assertiva, numa dialética interior interminável. A paz e a alegria existencial inexistem. São memórias da infância. A vaidade e o orgulho tornam-se cada vez mais aviltantes, e a busca da plenitude costuma ocorrer pela glorificação da carne diante de homens, mas nunca é o suficiente. É o espírito humano querendo se tornar Deus, e o universo mostrando que só há vida em Deus, porque Deus é a vida. Nenhum homem encontra vida em si mesmo.

    Tem-se que a frase inicialmente proposta como aforismo, à luz da verdade, seria melhor representada da seguinte forma:

    A religião faz todo sentido para cordeiros que querem voltar para o seu pastor, mas na forma de leões. Não faz sentido para os cordeiros que se intitulam de leões, e dizem não precisar de pastor.

    Por fim, seguem palavras de Jesus Cristo, o Leão de Judá:
    “Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim. Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.” (João 10:25-30)

    Quem tiver sede, escolha a humildade, e beba da vida. Eis a hora da salvação.

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