O pensar racional é um interpretar segundo um esquema que não podemos recusar;
O mundo aparece-nos como lógico porque nós, antes, o tornamos lógico; conhecimento e devir excluem-se;
Posto que tudo é devir, então o conhecimento só é possível tendo como fundamento a crença no ser;
O princípio (da contradição) não contém, portanto, nenhum critério de verdade, mas sim um imperativo sobre aquilo que deve valer como verdadeiro;
Kant acredita no fato do conhecimento: é uma ingenuidade o que ele quer: o conhecimento do conhecimento!
A legitimidade da crença no conhecimento é sempre pressuposta: assim como a legitimidade do sentimento do juízo de consciência;
Os princípios fundamentais da lógica, o princípio da identidade e da contradição, são conhecimentos absolutamente nenhuns! Mas sim artigos de fé reguladores!
Expresso moralmente: o mundo é falso. Mas, à medida que a moral, ela mesma, é um pedaço desse mundo, então a moral é falsa;
Todo acontecer, todo movimento, todo devir como um verificar-se de proporções de graus e de força, como luta;
“Verdade” é uma palavra para “vontade d poder”;
A verdade é um preconceito moral.
Extraídas de “A vontade de poder”. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
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“O pensar racional é um interpretar segundo um esquema que não podemos recusar” Kant ja tinha exposto as estruturas gerais do pensamento que definem a maneira como apreendemos o mundo. O mundo só é (existe) a partir dessas estruturas que o compoem. Não existe lógica no mundo, apenas projetamos a nossa maneira de percebe-lo nele.
“Nossa maneira” ?
Eu diria “a maneira que acreditamos ser nossa”
O saber funciona na sociedade dotado de poder.Enquanto é saber que tem poder.
Michel Foucault.