DIÁLOGO ENTRE UM CRISTÃO E UM ET

27 de abril de 2009

Estamos pensando em divulgar o evangelho no seu planeta para trazer-lhes a salvação.

Evangelho? Salvação? Não entendi.

Quis dizer que, não tendo os Srs. religião alguma, pretendemos ajudá-los a conhecer a Verdade da Palavra.

Verdade? Palavra? Continuo sem entender.

Explico: fomos todos, os Srs. inclusive, criados por um Deus todo poderoso, que enviou seu filho Jesus, o qual foi sacrificado para nos salvar do pecado.

(Pensando consigo mesmo: ele nada sabe sobre nós, mas é capaz de doutrinar sobre nosso destino). Acho que o que Sr. pretende divulgar entre nós é o que conhecemos aqui como Mitologia Primitiva.

Não, não é isso, eu estou falando da Verdade emanada do livro sagrado: a Bíblia.

Livro sagrado? Eu poderia vê-lo? (recebe um exemplar e lê em poucos minutos com auxílio de um tradutor).

É um texto interessante, na verdade, vários textos, compilados, recomplicados, traduzidos e retraduzidos, escritos, reescritos e revisados milhares de vezes. E remontam a épocas bem distintas entre si, e, claro, é uma obra coletiva.

Não é isso; o Sr. não entendeu; trata-se de um texto harmonioso, preciso, realista, que expressa, sem um mínimo de contradição, a mais exata palavra do Criador; tudo foi escrito sob Inspiração Divina.

Entendo. Imagino que existam centenas de livros semelhantes entre os Senhores, referindo outros deuses, inclusive.

Certamente. Mas este é o único verdadeiro, os demais são falsos ou apócrifos.

Bem, isso já é interpretação, e, convenhamos, uma interpretação um tanto ingênua e até presunçosa. Veja: para nós, o mundo está repleto de mitos de origem, e todos são falsos do ponto de vista dos fatos; e nenhum dos livros ditos sagrados resultou do talento literário de Deus, mas dos seres (Joseph Campbell. As Máscaras de Deus. Mitologia Ocidental. S. Paulo: Palas Athena, 2004).

Compreendo sua resistência inicial, afinal é seu primeiro contato com a palavra de Deus.

Talvez. De todo modo, isso é exatamente o que nós chamamos aqui de mitologia primitiva, um relato de fábulas infantis.

Que seja; ainda assim, o Sr. não estaria disposto a ouvir o conteúdo essencial das sagradas escrituras?

Claro, sou todo ouvidos.

Pois bem, antecipo que, se o Sr. se converter, será salvo do pecado e terá a vida eterna.

Vida eterna? Pecado?

Sim, exatamente, depois da morte física, como o Sr. Jesus, o Sr. ressuscitará entre os mortos e viverá para sempre, eternamente.

Acho que uma tal doutrina não tem chances de vingar entre nós.

Por que não?

É que, para nós, uma vida eterna soaria, não como salvação, mas como maldição.

Maldição?

Sim, é que podemos viver até cerca de 1.000 anos, mas costumamos, por decisão própria, morrer por volta dos 500 anos, ingerindo a pílula da morte voluntária; logo, uma vida eterna seria um castigo. É que, para nós, a morte é boa, necessária, inevitável, e não um mal a ser temido. Cremos que, como parte da natureza, tudo no mundo deve necessariamente nascer, crescer e morrer, pois do contrário a vida seria impossível ou insuportável.

E as doenças? As suas doenças serão curadas.

Doenças? Mas nós raramente adoecemos e, quando isso ocorre, a medicina nos socorre com grande êxito, em praticamente 100% dos casos. Mas estou curioso sobre a doutrina do pecado; fale-me sobre o pecado; o que é o pecado?

Em resumo, o pecado é uma violação das leis de Deus, especialmente uma violação aos dez mandamentos: não matar, não cobiçar a mulher do próximo etc.

Entendo. Entre nós, quase não existe homicídio; por isso, sequer cogitamos de criar regras para proibi-lo. De todo modo, se tal ocorrer, é possível ressuscitar a vítima por meio de transplantes ou similar, pois a nossa medicina é muitíssimo avançada. Quanto a cobiçar a mulher do próximo, não existe entre nós essa “mulher do próximo” ou “homem do próximo”, porque entre nós as pessoas são livres para disporem de seu corpo como quiserem. E embora existam relações estáveis entre nós, não existe o que os Sr. chama de casamento; e nem faz sentido a idéia de adultério. Portanto, não existindo a regra, não existe violação à regra, logo, seria inconcebível a idéia de um tal pecado. De mais a mais, a prática do sexo é entre nós um ritual sagrado ou quase sagrado, além de muitíssimo saudável; praticamos de todas as formas possíveis: tântrico, telepático, virtual etc.

Pelo que vejo, os Srs. são uns pervertidos.

Também a idéia de perversão, como a de pecado, não faz sentido entre nós. Mas não é só: proibir desejos e paixões seria uma regra artificial e contra a vida que, no máximo, nos levaria à dissimulação e à própria perversão, de sorte que a regra seria pior do que a sua violação. De todo modo, parece-nos um tanto bizarro que um Deus se ocupe de detalhes da vida sexual das pessoas e procure regrá-la.

Parece que vai ser difícil doutriná-los, mas eu não tenho dúvida de que conhecerão a Verdade e a Verdade os libertará.

Ou escravizará (disse baixinho).

O mais importante, no entanto, é que os Srs. saibam que Deus concebeu seu filho Jesus da virgem Maria, foi sacrificado para nos salvar, ressuscitou entre os mortos e é o caminho, a verdade e a vida, e, portanto, a chave para redenção de nossos pecados.

Continuo sem entender: o Sr. fala que não se deve cobiçar a mulher do próximo, mas defende um Deus que gera um filho numa mulher casada; fala de amor, e, no entanto, refere um Deus que oferece seu próprio filho inocente em holocausto. Doutrina estranhíssima (uma maluquice, pensa consigo mesmo).

Estranhíssima para alguém sem fé, mas não para quem conhece a Verdade e sabe que a Verdade liberta.

Bem, eu espero que o Sr. consiga ao menos ser ouvido na sua pregação, mas não diga que não o adverti de que semeará em solo infértil.

Veremos.

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38 Comentários

  1. Num tal planeta, o cristianismo deveria passar por uma profunda reformulação ou adaptação, como fazem todas as novas religiões. Teráimos que adaptá-lo, portanto, às necessidades dos habitantes deste planta. Porque as religiões são criadas conforme as nossas necessidades, isto é, criadas à nossa imagem e semelhança. Como é, seria um fracasso.

  2. Sr. Paulo Queiroz, parabéns pela coragem. Uma leitura ingênua, mas crítica das informações leva, exatamente, a tais conclusões. A internet possibilita não só desenvolvimento da intelectualidade, mas da inteligência. Desde o estudo das civilizações antigas conhecidas, bem como daquelas conhecidas, mas não estudadas por “medo”, dos vídeos de óvnis capturados por astronautas da NASA, da filosofia em geral até o estudo da física (Teoria das Cordas, Teoria M, Universos Paralelos) percebe-se o quanto a ser humano está condicionado ou doente. Também estou. Todavia, mais no corpo do que na mente. Obrigado

  3. Realmente, se faltarem os dois grandes medos (da morte e da doença), o cristianismo perde sua moeda de troca, que é a chantagem pura e simples pela promessa de recompensa (vida eterna etc.).

  4. Como é possível duvidar de que Deus (Jesus) criou o mundo, que foi gerado da virgem Maria, que é o criador do univeso, que nos julgará no juízo final? Sinceramente só posso desejar que todos vocês, ateus e agnósticos, homens ímpios, acabem queimando no fogo do inferno por seus pecados e seus crimes! Amém!

  5. Sr. Raimundo Neves, a fé existe e esta direcionada ao bem estar de qualquer ser humano. Todavia a compreensão dada à palavra Deus é que é diversa. O objetivo é criticar para que as pessoas pesquisem e ampliem os horizontes da compreensão. A sensação do que é Deus, no indivíduo sensível e livre, porém, imerso ou não em qualquer doutrina, é a mesma. O parâmetro é que é diferente. Mas esse parâmetro pode, havendo o intuito, direcionar equivocadamente a compreensão e, por conseguinte, desvirtuá-la, evitá-la ou até atrasar o sentido do que deveria ser claro agora. Liberdade de pensamento e informação é o que nós precisamos. Paz.
    Obrigado

  6. Bastante sugestiva a possibilidade de diálogo entre alguém que está limitado fisicamente a Terra e um outro ser que desfruta da liberdade espacial, capaz de analisar os mundos e identificar, ainda que sem parâmetros definidos, o avançado do primitivo. Interessante.
    O artigo do meu ilustre conterrâneo, Dr Paulo Queiroz, me faz lembrar de um relato que li faz alguns anos. Nele, um estudante de medicina tinha uma aula imperdível de anatomia humana, numa situação em que um corpo seria dissecado, ao tempo em que seu renomado professor, se propunha, mediante explicação do funcionamento dos órgãos, provar a inexistência de um ser supremo, algo ou alguém acima de nossa compreensão, que além de existir, pudesse criar a humanidade e tudo que existe.
    O fato é que por não ter onde deixar seu filho de cinco anos, resolveu levá-lo, deixando-o aos cuidados de uma das assistentes do Campus.
    Mas criança, como diz minha mãe: “Sega um”. Isso mesmo, o sapeca aproveitou um deslize de sua protetora e avançou pelos corredores em busca de seu papai.
    Logo o encontrou numa sala estranha. As cadeiras eram posicionadas de maneira a rodearem uma mesa de ferro, onde sobre ela estava um homem inerte. Em sua volta estavam pessoas com jalecos brancos, inclusive seu papai, todos observando atentamente as explicações de um senhor de bardas espessas.
    Falando vigorosamente, o senhor apontava para dentro daquele homem deitado e mostrando seus órgãos, dizia: “Este é o coração. Simples. Seu funcionamento se dá… Estes são os pulmões. Seu funcionamento se dá…Agora me digam onde há aqui algo que prove a interferência de um deus?”
    Todos estavam em silêncio ante a tais argumentos.
    Nesse instante, por detrás de todos, surgiu um questionamento lançado por uma voz leve e bela, num tom cheio de uma ingenuidade que não combinava com a de seu antecessor. “Papai”, exclamou, “Pergunta à vovó onde fica dentro desse moço o órgão que faz ele amar?”
    Vivo questionando sobre existência e inexistência. Até aqui, consigo, ainda que num relance, perceber algo que poderei desfrutar Naquele que para o infinito me levará.
    Ainda que não me seja dado a conhecer agora, mas sinto, lá dentro de mim, num lugar onde os doutores não conseguirão perscrutar, que o Criador vive e me fará viver eternamente junto a Ele.

  7. Belas palavras, Onivaldo! É pena que a inquisição tenha sido extinta, impedindo que os justos, como eu e você, possa submeter estes ímpios ao tribunal e condená-los à fogueira santa. Bons temos aqueles da inquisição. Salve Torquemada!

  8. Raimundo a natureza ja te abortou faz tempo
    um kra fraco q precisa de muletas fantasiosas para sobreviver a lei da naturez eh o fraco morre o forte sobrevive e vc eh fraco, pq os fracos sao akeles q sempre precisam de algo mais para sobreviver.

  9. Halleluiah, o Raimundo tá tirando sarro da cara do Onivaldo. Vc é burro pra caraleo hein… Todo mundo sabe que deuses não existem… olhem pra Africa ;) caso exista um deus seria ele o gradississimo master fdp vendo tanta injustiça e sacanagem no mundo com os braços cruzados – levando em consideração a onipotencia e onipresença ´e claro….

  10. Historia para criança, simplesmente rídicula. 1º
    “Papai”, exclamou, “Pergunta à vovó onde fica dentro desse moço o órgão que faz ele amar?”

    Isso é um argumento ou um livro infantil?

  11. A autosuficiência humana nos trouxe a uma posição deplorável. O caos proposto é fruto de sua “independência” e “fortaleza” essência humana.
    sobrevivamos com nossa arrogância (Humana) até muito pouco tempo.
    Jesus veio para admoestar e sugerir princípios a ser seguidos, mas o Homem por opção escolheu ignorá-los, e a consequência é a desgraça imposta e cada vez pior.
    Continuemos a enaltecer o Homem, e a sua inimaginável e grandeza “inteligência” e “potência”, pois como dizia Niesztche, DEVEMOS SER FORTES !!!! Que assim seja.

  12. “Papai”, exclamou, “Pergunta à vovó onde fica dentro desse moço o órgão que faz ele amar?”

    Bastava dizer: esse órgão se chama cérebro.

  13. Nobre professor do direito penal e agora doutrinador da escatologia e exegese religiosa, Paulo de Souza Queiroz.

    É escolha nossa decidir acerca dos posicionamentos de Jesus Cristo de Nazaré ou da tese filosófica de Friedrich Nietzche. Este afirma que não existe fatos. Tudo é interpretação dos fenômenos. Concordar com tal tese, não seria também forma de adorar a Nietzsche. Da mesma maneira em que se homenageia Cícero, quando da utilização de sua retórica e eloquência. Conheceste, pessoalmente, estes respeitáveis oradores, doutor Queiroz???.
    Penso que a revelação que é dom celestial, provém de Deus. Javé. Deus de Abraão, Davi, Isac e Jacó. O mesmo que o inspirou ou revelou um dia, inefavelmente, que serias um jurista. Embora houvesse desejos entre teus genitores, de ser-te médico ou advogado. Prevaleceu a vontade de teu genitor. Homem íntegro e sincero. Apesar de quase octogenário, apresenta fortaleza de um gigante. Para mim um exemplo vivo da mão de Deus. O mesmo que sonda e conheçe os corações. O Deus que horas permite pestes e terremotos. Que crianças e africanos se percam inexoravelmente. Seu miistério, também, sobressalta-nos quando não ti punes, impiedoosamente, quando desacredita e emite opinião desembasada e unilateral dos preceitos bíblicos.
    A bondade infinita de Jeová, dá-nos livramento de morte nas estradas onde não podemos garantir pelo zelo e responsabilidade do outro. Dá-nos graça, de irmos ao leito de morte. Onde muitas vezes nos agonizamos à noite inteira e sorrimos ao amanhecer. Respalda-nos a bíblia sagrada. Manual em que esse grande cientista do direito faz tão pouco caso. Chegando a ser, implicitamente, preconceituoso e intolerante. O que não se coaduna com as idéis de um garantista de renome.
    A ciência do dirieto nada mais é, senão, a citação e defesa de diversas idéias. Entendimento, decisões reiteradas dos tribunais e jurisprudências. Inclusas ai, o pensamento doutrinário do professor Paulo Queiroz. Ideias que, somente, influencia no campo jurídico. Porque no que se concerne a existência de Deus. Espero que ele vá para o inferno sozinho. Porém, ainda resta a misericórdia que só Deus possui. E, apenas ele pode estender para Paulo. Ai que ele não entederá nada mesmo…

    Com a devida venia.

    Rogério Lima (Bacharelando em Direito)

  14. Luis Canaris: essa declaração do Rogério é praticamente uma ameaça; eu faria uma representação à Polícia e pediria providências. Alguém que pensa assim precisa de um psiquiatra eté porque pode se achar inclusive no direito de, atuando supostamente em nome de Deus (quanta pretensão!), querer elimnar a vida de quem não aceita a sua doutrina infantil.

  15. Este espaço é tão interessante, que acabamos inteagindo com os comentaristas. Como é caso do Luis Carais que, noutras oportunidades pude aproveitar melhor seus valorosos comentários.
    Com todo respeito, Luiz, vossa interpretação estar equivocada e provoca um embate que em nada edifica.
    No meu texto, quis dizer que concordo e comungo dos pensamentos do professor Queiroz somente no que se concerne ao campo jurídico. Quanto a esta opinião sobre Deus, discordo peremptoriamente. Quanto a ir para o inferno, falei hipoteticamente. Não decido sobre as coisas de Deus.
    Deus é tão, inefavelmente, onipresente que até os que nele não crer, apresentam provas de sua existência.

  16. Tendo em vista o primeiro comentário, esclareço que a diferença entre Intelectualidade e Inteligência é conceito criado pelo Sr. Osho.
    Obrigado

  17. Gente, sou cristão e posso não comungar com a opinião do Dr. Paulo, mas, cá entre nós, vocês estão escrevendo coisas aqui que me lembram aquelas histórias “conheço ateus que são mais cristãos que muitos cristãos”. Jesus nos disse para amarmos e termos tolerância uns com os outros. Falamos mal das outras religiões, mas na nossa fazemos, muitas vezes, coisas pior. Não usamos armas nem bombas, mas somos capazes de ferias as pessoas com a língua, escrevendo coisas pesadas aqui na internet, com mentiras etc. Olha, vou dormir agora e ver um pouco de Jesus Cristo de Franco Zeffirili, ante de dormir. Tenham uma boa noite.

  18. Confesso ter me assustado com os comentários do meu comentário.
    Recuso-me a comentar acerca de temas religiosos. Nunca pretendi ofender ao mestre e a quem quer que seja. Se não fui compreensível fica o meu perdão.
    Desculpas ao professor Paulo Queiroz, Luiz Canaris, Carlos Sampaio e outros que desfruta deste espaço enriquecedor e saluitar.

    Paz, paz e paz.

  19. “O conhecimento da verdade como tal [sensível] é maravilhoso, mas é tão pouco capaz de servir de guia que não consegue provar sequer a justificação e o valor da aspiração a esse mesmo conhecimento da verdade. Aqui defrontamos, portanto, com os limites da concepção puramente racional de nossa existência.” Albert Einstein

  20. A mensagem que o nobre professor Paulo Queroz exprime é uma crítica a religião cristã.
    Que ela tem que se relativizar e punderar o seu fanatismo.
    Uma vez que toda verdade supostamente absoluta não necessariamente é absoluta.
    Vale resaltar a redundancia.
    O próprio Albert Einstein disbancou a física de Newton com a relatividade restrita.

    Parabéns eminente mestre!

  21. Fui conferir quem é o tal de Torquemada tantas vezes citado pelo Raimundo das Neves. Segue:

    Tomás de Torquemada (Valladolid, 1420 — Ávila, 16 de setembro de 1498) ou o O Grande Inquisidor foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel a Católica. Ele foi famosamente descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como “O martelo dos hereges, a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra do seu fim”. Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceito é normalmente 2.200.

    Ainda jovem, tornou-se frade dominicano no Convento de São Paulo em sua cidade natal. Em 1452 foi eleito prior do Convento de Santa Cruz, em Segóvia. Era sobrinho do cardeal Juan de Torquemada, igualmente dominicano.

  22. Após ler todos estes comentários eu cheguei a conclusão: que alguns fogem da idéia central do texto, e o utilizam para agredir o professor Paulo e outros como o Senhor Raimundo o utiliza para derramar todas suas frustações. É algo deplorável, principalmente quando praticado por operadores do direito. O preconceito e a falta de respeito são latentes nestas pessoas.

  23. Alessandra,

    Seria bastante profícuo.

    Poderiamos analisar os “Provérbios do Inferno de William Blake” e compará-lo com algumas escrituras (Corão, Torá, AT-e NT) hehehe.

    Abraços.

  24. Aqui vai (perdoem eventuais erros de digitação):

    William Blake – “Provérbios do Inferno

    No tempo de semear, aprende; na colheita, ensina, e no inverno, goza.
    .
    Conduz teu carro e teu arado sobre os ossos dos mortos.
    .
    O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria.
    .
    A prudência é uma velha solteirona, rica e feia, cortejada pela Incapacidade.
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    Aquele que deseja e não age engendra a peste.
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    O verme perdoa o arado que o parte.
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    Imerge nas correntes o que delicia-se com as águas.
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    O tolo não vê a mesma árvore que o sábio.
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    A eternidade vive enamorada dos frutos do tempo.
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    A abelha laboriosa não tem tempo para pesares.
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    As horas da tolice são medidas por ponteiros, mas as da sabedoria, não há relógio que as meça.
    .
    Todo alimento saudável se colhe sem redes ou ardis.
    .
    Muni-vos de números, peso & medidas em ano de estio.
    .
    Nenhum pássaro perfura as alturas se o faz com suas proprias asas.
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    Um morto não revida injúrias.
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    Se um louco persistisse em sua loucura, tornar-se-ia sábio.
    .
    Tolice, manto da sordidez.
    .
    Vergonha, manto do orgulho.
    .
    As masmorras são erguidas com as pedras da Lei. os bordéis, com os tijolos da Religião.
    .
    A altivez do pavão é a glória de Deus.
    .
    A lascívia do bode é a dádiva de Deus.
    .
    A fúria do leão é a sabedoria de Deus.
    .
    A nudez da mulher é a obra de Deus.
    .
    O excesso de pranto ri. O excesso de riso chora.
    .
    O rugir dos leões, o uivo dos lobos, a fúria do mar revolto e a espada devastadora são porções de eternidade demasiado grandes para o olho humano.
    .
    A raposa culpa a armadilha, jamais a si mesma.
    .
    O gozo fecunda. A tristeza dá a luz.
    .
    Vista o homem a pele do leão. E a mulher, o velo do carneiro.
    .
    A ave, um ninho; a aranha, uma teia; o homem, a amizade.
    .
    O tolo sorridente e egoísta e o tolo sisudo e obstinado serão ambos tidos como sábios para servirem de azougue.
    .
    O que hoje é evidência foi outrora imaginação.
    .
    O rato, o camundongo, a raposa e o coêlho espreitam as raízes; o leão, o tigre, o cavalo e o elefante espreitam os frutos.
    .
    A cisterna contém, a fonte transborda.
    .
    Um pensamento abarca a imensidão.
    .
    Estejas sempre pronto a dar tua opinião, e os vis te evitarão.
    .
    Tudo o que é passível de crença é uma imagem da verdade.
    .
    Nunca a águia perdeu tanto tempo, como quando quis aprender com o corvo.
    .
    A raposa a si mesma supre, mas Deus supre o leão.
    .
    Meditai pela manhã, agi ao meio-dia, comei ao entardecer, dormi à noite.
    .
    Quem sofreu o teu domínio te conhece.
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    Os tigres da ira sabem mais que os cavalos da instrução.
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    Espere veneno da água estagnada.
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    Jamais saberás o que é bastante, se não souberes o que é mais que bastante.
    .
    Escuta as críticas dos imbécis. É um nobre elogio.
    .
    Os olhos, de fogo; as narinas, de ar; a boca, de água; e a barba, de terra.
    .
    O fraco em coragem é forte em astúcia.
    .
    A macieira jamais indaga à faia como crescer, nem o leão ao cavalo como agarrar sua presa.
    .
    Seríamos tolos, se outros já não o fossem.
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    A alma imersa em delícias jamais será maculada.
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    Ergue a cabeça ao avistáres uma águia. Estarás vendo uma porção do Gênio.
    .
    Assim como a lagarta escolhe as melhores folhas para depositar seus ovos, o sacerdote arroja suas maldições sobre as mais sublimes alegrias.
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    Fazer uma pequena flor é um trabalho de eras.
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    Maldição revigora. Bênção relaxa.
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    O melhor vinho é o mais velho; a melhor água, a mais nova.
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    Como o ar ao pássaro, e o mar ao peixe, o desprezo ao desprezível.
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    Quisara o corvo que tudo fosse negro. E puro alvor a coruja.
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    Exuberância é beleza.
    .
    Se o leão seguisse os conselhor da raposa, seria astuto.
    .
    O aprimoramento endireita os caminhos, mas as sendas rudes e tortuosas são as do gênio.
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    Quem não irradia luz jamais será uma estrela.
    .
    Como o arado segue seu comando, Deus recompensa o rezador.
    .
    Teu ato mais sublime é colocar outro em sua frente.
    .
    Preces não aram, louvores não colhem.
    .
    Cabeça, o Sublime; Coração, o Pathos; Genitais, a Beleza; Mãos & Pés, a proporção.
    .
    Alegrias não riem. Tristezas não choram.
    .
    Antes que nutra desejos irrealizáveis, é melhor matar a criança no berço.
    .
    Quem grato recebe, abundante colheita obtém.
    .
    Onde não está o homem, é estéril a natureza.
    .
    A verdade jamais pode ser proferida de modo que seja compreendida e não acreditada.
    .
    Suficiente! Ou Demais.

    Os poetas da Antiguidade animaram todos os objetos sensíveis com Deuses ou Gênios, nomeando-os e adornando-os com as propriedades dos bosques, lagos, cidades, nações e tudo o que seus dilatados sentidos podiam perceber.

    Particularmente, estudaram o Gênio de cada cidade & país, colocando-o sob a égide de sua cidade mental.
    Até que se formou um sistema, do qual alguns se aproveitaram e escravizaram o vulgo, interpretando e abstraindo as deidades mentais de seus respectivos objetos. Então surgiu o clero;

    Elegendo formas de culto dos mitos poéticos.
    E proclamando, por fim, que assim haviam ordenado os Deuses.
    Os homens então esqueceram que Todas as deidades residem em seus corações.”

    (*) in: Wiliam Blake. O casamento do céu e do inferno & outros escritos [seleção, tradução e apresentação de Alberto Marsicano]. Porto Alegre, L&PM, 2007. p. 19/27

    O cotejo fica melhor se ajustado, também, com “os íntegrosJuízes” de Anatole France, que também segue abaixo, a quem interessar possa:

    “Anatole France

    Os íntegros juízes (*)

    A Madame Marcelle Tinayre

    – Já vi juízes íntegros – disse Jean Marteau. – Numa pintura. Eu me transferira para a Bélgica para escapar a um magistrado curioso, que pretendia que eu tivesse conspirado com os anarquistas. Eu não conhecia os meus cúmplices, e os meus cúmplices não me conheciam. Para o magistrado, isso não era objeção. Nada o embaraçava. Nada o instruía, mas ele instruía sempre. A sua mania pareceu-me perigosa. Passei-me para a Bélgica e fui morar em Antuérpia, onde consegui um emprego de caixeiro de mercearia. Um domingo, vi dois juízes íntegros num quadro de Mabuse, no museu. Eles pertencem a uma espécie perdida. Quero dizer que são juízes ambulantes, viajando ao tranco dócil dos seus rocins. Armígeros a pé, munidos de lanças e alabardas, os escoltam. Os dois juízes, hirsutos e barbudos, ostentam, como os reis das velhas Bíblias flamengas, toucados suntuosos e bizarros, que tanto lembram diademas como carapuças de dormir. Suas togas de brocado são ricamente floridas. O velho mestre soube dar-lhes um ar de grave doçura e serenidade. Os cavalos são mansos e calmos como eles. No entanto são diferentes, aqueles dois juízes, na índole e na doutrina. Isso se vê de pronto. Um traz na mão um papel e aponta o texto com o dedo. O outro, com a mão esquerda segurando o cepilho, ergue a direita com mais benevolência do que autoridade. Parece reter entre o polegar e o indicador uma pitada impalpável. E esse gesto reflexivo da sua mão indica um pensamento prudente e sutil. São íntegros os dois, mas é visível que o primeiro se apega à letra, o segundo ao espírito. Apoiado à barra que os separa do público, eu os escutei falar. Disse o primeiro juiz:

    “Eu me atenho às escrituras. A primeira lei foi escrita sobre a pedra, em sinal de que duraria tanto tempo quanto o mundo”

    O outro juiz respondeu:

    “Toda lei escrita já foi perimida. Pois a mão de escriba é lenta, mas o espírito do homem é ágil, e o seu destino movente”.

    E os dois sábios anciãos prosseguiram no seu sentencioso colóquio:

    PRIMEIRO JUIZ – A lei é estável.

    SEGUNDO JUIZ – A lei jamais foi fixa.

    PRIMEIRO JUIZ – Procedendo de Deus, ela é imutável.

    SEGUNDO JUIZ – Produto natural da vida em sociedade, ela depende das condições instáveis dessa mesma vida.

    PRIMEIRO JUIZ – Ela é a vontade de Deus, que é inalterável.

    SEGUNDO JUIZ – Ela é a vontade do homem, que se altera sem cessar.

    PRIMEIRO JUIZ – Ela existiu antes do homem, e lhe é superior.

    SEGUNDO JUIZ – Ela é do homem, falível como ele, e como ele perfectível.

    PRIMEIRO JUIZ – Juiz, abre o teu livro e lê o que nele está escrito. Pois foi Deus quem o ditou aos que acreditam nele: Sic locutus est patribus nostris, Abraham et semini ejus in saecula.

    SEGUNDO JUIZ – O que foi escrito pelos mortos será relido pelos vivos, sem o que a vontade dos que não são mais impor-se-ia aos que são ainda, e então os mortos é que seriam os vivos, e os vivos é que seriam mortos.

    PRIMEIRO JUIZ – Às leis ditadas pelos mortos devem os vivos sujeitar-se. Vivos e mortos são contemporâneos frente a Deus. Moisés e Ciro, César, Justiniano, o imperador de Alemanha, ainda nos governam. Pois nós somos seus contemporâneos perante o Padre Eterno.

    SEGUNDO JUIZ – Os vivos devem receber dos vivos a sua lei. Para instruir-nos sobre o que a nós é lícito ou vedado. Numa Pompílio e Zoroastro valem menos do que o sapateiro de Sainte-Gudule.

    PRIMEIRO JUIZ – As primeiras leis nos foram reveladas pela Infinita Sapiência. Uma lei é tanto mais perfeita quanto mais próxima esteja dessa fonte original.

    SEGUNDO JUIZ – Não vedes que se fazem novas a cada dia que passa, e que os Códigos e as Constituições são diferentes segundo o tempo e o lugar?

    PRIMEIRO JUIZ – As novas leis nascem das antigas. São rebentos novos de uma mesma árvore, que a mesma seiva alimenta.

    SEGUNDO JUIZ – A velha árvore das leis destila um suco amargo. Incessantemente ela é ferida pelos golpes do machado.

    PRIMEIRO JUIZ – Ao juiz não toca indagar se as leis são justas, pois que elas necessariamente o são. Compete-lhe tão somente cumpri-las com justeza.

    SEGUNDO JUIZ – Compete-nos inquirir se a lei de que fazemos uso é justa ou se é injusta, pois se a reconhecemos injusta, ser-nos-á sempre possível incutir-lhe as nossas idiossincrasias quando as aplicamos consoante a nossa obrigação.

    PRIMEIRO JUIZ – A crítica das leis é incompatível com o respeito que nós lhes devemos.

    SEGUNDO JUIZ – Se não lhes atentarmos os rigores, como nos será possível atenuá-los?

    PRIMEIRO JUIZ – Somos juízes, não somos legisladores, nem filósofos.
    SEGUNDO JUIZ – Somos homens.

    PRIMEIRO JUIZ – A um homem não seria dado julgar outros homens. Um juiz, em ascendendo ao estrado, abjura a sua humanidade. Diviniza-se, torna-se imune à alegria e à dor.

    SEGUNDO JUIZ – A justiça dispensada sem simpatia é a mais cruel das injustiças.

    PRIMEIRO JUIZ – A justiça é perfeita quando é literal.

    SEGUNDO JUIZ – Se não for espiritual, a justiça é absurda.

    PRIMEIRO JUIZ – O princípio das leis é divino, e as conseqüências que dele decorrem, mesmo as menores, são divinas. Mas, não fosse a lei provinda de Deus, fosse ela embora da lavra exclusiva do homem, cumpriria aplicá-la à letra. Pois a letra é firme, e o espírito flutua.

    SEGUNDO JUIZ – A lei é obra exclusiva do homem, e nasceu estúpida e cruel nos frágeis começos da razão humana. Mas, fosse ela embora divina, cumpriria seguir o espírito e não a letra, pois que a letra é morta, e o espírito é vivo.

    Tendo assim falado, os dois íntegros juízes se apearam e dirigiram-se com a sua escolta ao Tribunal, onde eram esperados para render a cada qual o seu direito. Atados a uma estaca, os dois cavalos entabularam conversa. O do primeiro juiz foi o primeiro a falar:

    “Quando a terra”, disse ele, “for dos cavalos (e um dia, fatalmente, ela lhes pertencerá, sendo o cavalo por certo o desígnio supremo e escopo final da criação), quando a terra for dos cavalos, e nós formos livres para agir ao nosso talante, dar-nos-emos o prazer de encarcerar, enforcar e torturar os nossos semelhantes. Seremos entes morais. O que se conhecerá pelas prisões, cadafalsos e estrapadas que serão erigidos em nossos povoados. Haverá cavalos legisladores. Que pensas disso, Roussin?”

    Roussin, que era a montaria do segundo juiz, respondeu que também ele reputava o cavalo como o rei da criação, e também ele esperava que, cedo ou tarde, haveria de chegar o seu reinado.

    “Blanchet, quando houvermos construído as nossas cidades”, ajuntou ele, “será preciso, como dizes, instituir a polícia das cidades. Oxalá que as leis dos cavalos sejam cavalares, isto é, favoráveis aos cavalos, e orientadas para o bem eqüino.”

    “Como figuras isso, Roussin?”, perguntou Blanchet.

    “Figuro como devido. Quero que as leis garantam a cada um a sua ração de cevada e o seu lugar na estrebaria; e que a cada um seja dado amor a seu bel-prazer, na quadra própria. Pois há um tempo para tudo. Quero, em suma, que as leis cavalares sejam conformes às da natureza.”

    “Espero”, replicou Blanchet, “que os nossos legisladores terão um pensamento mais elevado que o teu, Roussin. Eles farão as leis sob a inspiração do cavalo celeste que criou todos os cavalos. Ele é soberanamente bom, pois que é soberanamente poderoso. Poder e bondade são os seus atributos. Ele destinou a sua criatura a submeter-se ao freio, a suportar o cabresto, a sentir a espora e a ser moída de pancadas. Falas de amor, camarada: muitos dentre nós ele determinou que fossem feitos capões. É a sua ordem. As leis deverão preservar essa ordem venerável.”

    “Mas estás bem certo, amigo?”, perguntou Roussin, “de que esses males vêm do cavalo celeste que nos criou, e não somente do homem, sua criatura inferior?”

    “Os homens são os anjos e os ministros do cavalo celeste”, respondeu Blanchet. “A vontade dele é manifesta em tudo que acontece. Ela é boa. Se ela nos inflige a dor, é porque a dor é um bem. Cumpre pois que a lei, para ser boa, nos imponha a dor. E no império dos cavalos nós seremos oprimidos e supliciados de todas as maneiras, por editos, mandados, decretos, sentenças e ordenanças, como apraz ao cavalo celeste. É preciso, Roussin”, acrescentou Blanchet, “é preciso que tenhas uma cabeça de onagro, para que não compreendas que o cavalo foi posto no mundo para sofrer; que, se não sofre, ele caminha ao arrepio dos seus fins, e que o cavalo celeste desvia a sua face dos cavalos felizes.”

    (*) in: Anatole France. A Justiça dos Homens – Contos. [Tradução de João Guilherme Linke]. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 123-129 (Coleção Sempre Viva; vol. 19).”

    Abraços.

  25. Thiago,

    Fico feliz por ter gostado da minha sugestão. Você é um homem, extremamente,inteligente. Adorei o texto e os provébios acima citados. Beijos e até…

  26. Alessandra,

    Obrigado pelo elogio. Pelos comentários que você postou, eu é que tenho que dizer que você é que é bastante inteligente.

    Não é rasgação de seda. O bom da internet é que ela possibilita acesso a sites como o do prof. Paulo Queiroz e que possibilitam contatos legais e produtivos como esse.

    Beijos e até…

    Thiago.

  27. Achei curioso um comentário no qual sugeria uma adaptação no catolicismo para atender melhor as necessidades das pessoas. Então é isso? A religião serve apenas de conforto para as pessoas e desse modo temos que adaptá-la para melhor nos atender? Minha mãe disse que quer ver na hora que eu estiver em uma dificuldade se eu não vou pedir ajuda a Deus. É bem provável, mas isso não significa que Ele existe, significa apenas que eu, assim como as demais pessoas, tenho a necessidade de acreditar em algo, mesmo contrariando a todos os fatos. Apesar da minhas convicções, crer que estou no mundo sozinha, que não há um ser superior olhando por mim é bem menos reconfortante do que acreditar no contrário. Defino-me agnóstica. Se um dia acreditar em Deus, quero que seja pelos motivos certos e não por medo, necessidade ou senso comum.Parabéns professor, gostei muito do texto!

  28. quem tem medo do debate não tem convicção do tema probandum. Assim, mesmo que o fato do inexplicável seja discutido, que mal fazemos? Deus existe e pronto. Isto é fato, como é também a desconfiança eterna do ser humano. Querer desalojar um ateu de sua carapaça é obra inutil, levar a fé verdadeira, as pessoas é a missão do semeador. vide Vieira, no sermão da sexagésima. Mas o debate é sempre válido, é democrático e ajuda o ser humano no crescimento espiritual.

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